Florestas

FLORESTAS – OLIVIA NIEMEYER E SILVIA ZAVAGLIA COELHO 

As obras de arte das duas exposições individuais apresentadas no Tote Espaço Cultural em Campinas se projetam como flores sensoriais que expelem o perfume das construções formais e conceituais de Olivia Niemeyer e de Silvia Zavaglia Coelho. 

Cada artista constrói sua própria floresta; a pintada e esculpida por Olivia e a fotografada por Silvia. “Onde há biodiversidade e diversidade, há força. A terra acolhe a água, a luz do sol e gera uma alquimia. A Terra acolhedora se apresenta receptiva em toda sua capacidade de absorver a existência. Nela não há vida sem ar e sem respiração”, como pontua Isabela Senatore. 

Niemeyer pintou as texturas naturais e infinitas de florestas de intensa vegetação que se misturam com as constelações do céu. Pela arte de escultura representou silhuetas de animais na mesma cor de terra onde vivem. São símbolos de força e grandiosidade. 

  • Já Zavaglia retrata a abundância da floresta amazônica em suas imagens. Texturas do mundo natural, da movimentação dos trabalhadores no mercado de peixe e açaí através de imagens feitas na cidade de Belém do Pará. 

    As duas artistas nos povoam com uma visão confusa do mundo, dessa mesma confusão de que somos feitos. Um desconcerto que faz com que busquemos mergulhar nesse círculo de pertencimento, aponta Senatore. 

    Para Silvia a fotografia e o conhecimento se unem para iluminar e inscrever a LUZ na vida e na arte. Nessa busca do REAL, do eterno brilho e da escuridão no EFÊMERO, para capturar o AMOR à natureza, à textura, à vibração da cor e da luminosidade do céu e da MÃE TERRA 🌎, na FLORESTA AMAZÔNICA🌴. Emaranhado intenso nas folhas, nos caules, nas águas represadas e corridas, no micro terra que enxerga o mundo sem filtros. 

    Olivia constrói carimbos de folhas ou insetos sobrepostos, cobrindo tumultuosamente todo o espaço. No meio de algumas telas, engrenagens ou uma linha horizontal, mas não contínua, divide de lado a lado, mas não separa totalmente a tela como se ali fosse um local onde a vegetação rareia, ou como a luz vencedora insistisse em penetrar o emaranhado da folhagem. É isso que interessa nesse trabalho: a oscilação, os ‘mas’, os ‘ao contrário’, aquilo que causa dúvida ao se ver, conclui a artista. 

    As obras de arte nas exposições se estruturam com FLORes e suas arESTAS como uma singular e projetiva instalação onde o tema central é Natureza. A circulação pelos espaços arquitetônicos da Hípica nos coloca em contato com diagramas sensoriais para transitarmos onírica e ludicamente por frames formatados por argumentos estéticos de contemplação e disfrute de prazer natural. Uma reconexão contemplativa e consequentemente tonificadora de sentidos. Obras de arte e espaço arquitetônico em diálogo. 

    Olivia e Silvia extraem e constroem seus manifestos visuais do registro da Natureza e/ou de processos de transformações naturais. Como resultado dessa manipulação sobre esses processos de metáforas pintados, esculpidos e fotografados impactos verdes, tempestades inevitáveis e memórias flutuantes. 

    O potencial cognitivo das artistas transborda também nas obras como hábito metafórico à maleável fragilidade processual de possíveis rupturas nos voláteis relações dos seres humanos como o entorno natural. Ao transportar para manifestos visuais com insistentes potencialidades abstratas a urgência em agirmos na preservação da Natureza. Assim, as diversas modalidades artísticas contemporâneas como; instalações, fotografias, esculturas, projeções, livros de artista elaborados por Silvia e Olivia corroboram a preocupação das mesmas em priorizar as conexões interdisciplinares entre arte e vida. 

    Isabela Senatore e Andrés I. M. Hernández 
    Curadores

 
 
silvia ribeiro

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